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5 tipos de tubarões ameaçados de extinção

Sempre que pensamos em tubarões os imaginamos como predadores presentes no alto da cadeia alimentar e temos a impressão de que nada pode os ameaçar. Porém, infelizmente, isso está longe de ser verdade. Atualmente, nem mesmo esse poderoso animal está livre do perigo da extinção e as causas para isso são muitas: mudanças nas temperaturas do oceano, pesca ilegal, perda de habitat devido a poluição e muitas outras.

Tubarões

Você sabe quantas espécies de tubarões existem? A resposta não é tão simples, pois as estimativas variam entre 400 e 500 espécies. Isso porque os cientistas ainda estão descobrindo e classificando novas espécies a cada dia. Dentre elas, podemos encontrar diversas que estão ameaçadas de extinção, sendo que algumas correm risco mais iminente do que outras.

Os tubarões são animais fascinantes e complexos. Eles pertencem à família dos peixes e são conhecidos por suas características distintivas, como a barbatana caudal e os temíveis dentes. Com mais de 400 espécies espalhadas pelos oceanos do mundo, os tubarões são uma parte importante do ecossistema marinho. Algumas espécies notáveis incluem o tubarão branco, o tubarão baleia e o tubarão martelo.

A forma do corpo de um tubarão varia de acordo com a espécie. O tubarão branco, por exemplo, é conhecido por seu grande comprimento e por ser um dos maiores predadores dos oceanos. O tubarão baleia, por outro lado, é a maior espécie de peixe existente, chegando a atingir até 12 metros de comprimento. O tubarão martelo é famoso pela forma única de sua cabeça, que se assemelha a um martelo.

Os tubarões são encontrados principalmente em águas temperadas e regiões tropicais, embora algumas espécies possam ser encontradas em águas frias. Ao contrário de muitos peixes, os tubarões não têm bexiga natatória, o que significa que precisam se mover constantemente para não afundar.

Os tubarões têm uma variedade de sentidos altamente desenvolvidos, incluindo o olfato e a capacidade de detectar campos elétricos. Eles usam estas habilidades para caçar, navegando pelas águas do alto mar e se aproximando silenciosamente de suas presas. Infelizmente, a interação com os seres humanos tem levado a mudanças significativas nas populações de tubarões. A pesca excessiva e a perda de habitat têm colocado muitas espécies de tubarões em risco de extinção.

Como os dinossauros, os tubarões têm uma longa história, com algumas espécies que existem há mais de 400 milhões de anos. Eles sobreviveram a várias extinções em massa e continuam a se adaptar às mudanças nos oceanos. A sobrevivência desses incríveis animais é crucial para a saúde dos nossos mares.

Vamos conhecer agora, 5 espécies de tubarões que, infelizmente, correm perigo de extinção.

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Tubarão martelo – Imagem: InfoEscola

Tubarão martelo

Existem 10 espécies diferentes de tubarão martelo, o tubarão de cabeça chata, divididas em dois gêneros: Sphyrna (com 9 espécies) e Eusphyra (com apenas uma espécie). Dessas dez espécies, metade está ameaçada ou vulnerável à extinção. Todas as diferentes espécies de tubarão cabeça chata habitam mares tropicais e temperados e são geralmente encontradas ao longo da linha de costa e plataforma ocidental. Sua expectativa de vida é de 20 a 30 anos.

O tubarão martelo não possui predadores naturais, portanto, a ameaça a sua existência vem de fatores antrópicos, ou seja, causados por humanos. A pesca exploratória, acidental e a pesca não regulamentada causam grande prejuízo às populações destes animais. Isto aliado ao fato de que esse é um dos tipos de tubarao com fecundidade baixa e crescimento lento, fez com que fossem adicionados à Lista de Animais Vulneráveis ou Ameaçados de Extinção da IUCN.

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Tubarão branco – Imagem: Escola Kids

Tubarão branco (Carcharodon carcharias)

O tubarão branco, cujo nome científico é Carcharodon carcharias, é considerado um dos maiores predadores dos oceanos, podendo chegar a pesar mais de 3 toneladas. Sua boca tem mais de um metro de largura coberta com várias fileiras de dentes serrilhados e com exceção das orcas que são seus únicos predadores naturais, somente o ser humano é capaz de matar tal animal. E infelizmente, estamos fazendo isso com maestria, pois desde 2015, o tubarão branco se encontra na lista da IUCN como vulnerável à extinção.

O tubarão branco podem viver tanto em mar aberto quanto próximos a zonas costeiras, das regiões da costa sul-africana, norte-americana e sul-australiana, em águas tropicais e temperadas. Sua expectativa de vida é de 70 anos.

A extinção do tubarão branco teria um impacto fenomenal no ecossistema, uma vez que ele está no topo da cadeira alimentar do que se chama cadeias tróficas marinhas: focas, polvos, tartarugas, golfinhos e leões-marinhos fazem parte de sua dieta e sem o seu maior predador natural haveria um descontrole populacional destes animais, o que elevaria o consumo de peixes, e esse descontrole iria afetar as algas planctônicas, maiores responsáveis pela produção de oxigênio do planeta. Consegue imaginar o tamanho do estrago?

As causas do perigo que o tubarão branco corre são quase as mesmas do tubarão-martelo: baixa fecundidade (apenas 2 filhotes por vez) e crescimento lento aliados a pesca predatória, de competição ou comercial.

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Tubarão frade – Imagem: National Geographic

Tubarão frade (Cetorhinus maximus)

O tubarão frade, também conhecido por tubarão elefante, é um dos monstros dos mares, tem mais de 8 metros de comprimento e mais de 5 toneladas e é considerado o segundo maior peixe do mundo, atrás apenas do tubarão-baleia. Habita oceanos do mundo todo, preferindo mares subpolares e temperados e vivem por cerca de 50 anos. Apesar de parecer assustador, os tubarões frade são animais pacíficos e que se alimentam de plâncton. Mais uma vez, a causa de sua vulnerabilidade desta espécie de tubarão é devido à pesca.

Dieta vegetariana do tubarão frade

O plâncton é composto por pequenos organismos que ficam suspensos na água, flutuando passivamente e sendo arrastados pelas correntezas. Para o tubarão frade conseguir se alimentar, ele precisa vir até a superfície durante longos períodos, filtrando a água com sua boca imensa, ficando, assim, vulnerável aos pescadores.

Antigamente, o óleo do fígado deste tubarão era usado como combustível em lamparinas, e hoje em dia, ainda é bastante procurado para tratar ferimentos e na produção de vitamina A. a poluição dos mares, que diminui drasticamente a quantidade da biomassa com que se alimenta é outro fator determinante de risco para esta espécie.

tipos de tubaraoTubarão-porco – Imagem: G1

Tubarão-porco ou tubarão-áspero-angular (Cetorhinus maximus)

Tadinho, ele é muito feinho, mas como dizem, a beleza está nos olhos de quem a vê, então, não vamos entrar neste mérito.

O tubarão-porco tem características físicas bem peculiares: nariz achatado, rosa e olhos separados o que realmente dá a ele uma aparência parecida com um suíno. São tubarões relativamente pequenos, chegando a um metro de comprimento e com barbatanas dorsais espinhosas. Além da semelhança física, ao ser retirado da água, ele faz um ruído muito parecido com o do porco. Habitam mares do Oceano Atlântico, da Europa a Noruega e África do Sul.

O tubarão-áspero-angular é considerado vulnerável à extinção, pois vive em locais de grande atividade pesqueira e acaba se tornando vítima da pesca acidental. Mais uma vez, os humanos…

tipos de tubaraoTubarão-baleia – Imagem: Dive Travel

Tubarão-baleia (Rhincodon typus)

Assim como o tubarão frade, o tubarão baleia também é um animal filtrador que se alimenta de plânctons e pequenos peixes e por isso podemos os chamar de gigantes inofensivos. Eles são inofensivos para o homem, mas o contrário não é verdadeiro, infelizmente.

Considerado o maior peixe dos mares – sim, ele é um peixe e não um cetáceo, pode alcançar até 16 metros de comprimento e pesar até 20 toneladas. Imenso, não é mesmo?! A expectativa média de vida do tubarão baleia na natureza é de 70 anos, mas pode chegar a bem mais. Esses tubarões são dóceis e apesar do tamanho assustador, não são raros os casos de mergulhadores que nadam junto a eles, até mesmo pegando carona em seu corpo.  Vivem em águas oceânicas tropicais de quentes a moderadas, em torno de 200 metros de profundidade.

Como vimos no caso do tubarão-frade, para se alimentar do plâncton, esse tipo de peixe precisa estar próximo a superfície e é neste momento que ficam em perigo. A navegação de veículos de transporte marinho, navios de grande escala como petroleiros, se torna uma ameaça para os tubarões, pois acabam se colidindo contra os animais que acabam morrendo devido aos ferimentos causados. Segundo especialistas, esta talvez possa ser a razão principal da queda considerável da população deste enorme tubarão nos últimos anos.

tipos de tubarao100 milhões de tubarões são mortos por ano – Imagem: Mongabay

Causas para o perigo de extinção dos tubarões

Como pudemos perceber ao longo da leitura, todas as causas da vulnerabilidade dos tubarões são ações antrópicas, de graves impactos ambientais. Algumas inclusive, bem cruéis, com o caso da pesca de barbatana.

Na pesca de barbatana de tubarão, os pescadores, ao capturar um animal, decepam sua barbatana e os devolvem ao mar ainda vivos, para morrer vagarosamente e de forma agonizante. As barbatanas de qualquer um dos vários tipos de tubarao são muito ‘apreciadas’ na culinária oriental: um prato de sopa de barbatana pode custar até 100 dólares e se tornou símbolo de status social, servido em restaurantes frequentados pela elite da sociedade mundial (não são apenas países da Ásia que servem este prato). E o pior é que dizem que nem tem sabor, a barbatana não tem gosto algum e tudo depende dos temperos e especiarias que se coloca na receita.

A crueldade envolvida neste tipo de ‘pesca’ é comparada a matança de elefantes para extração do marfim e de rinocerontes para a retirada de seus chifres e tudo se resume a ganância humana. Tubarões não produzem outras barbatanas, assim como elefantes não produzem mais presas de marfim e nem rinocerontes mais chifres. Eles morrem quando tem essas partes decepadas de seus corpos, não é um mercado sustentável de produção. Se você tiver estômago forte, assista o vídeo abaixo sobre a pesca de barbatana, mas por favor, tenha cuidado, são imagens realmente fortes e revoltantes.

Cação é tubarão

Além dessa monstruosidade que é a sopa de barbatana, a carne de tubarão também é bastante procurada, e acredite, o Brasil é o maior importador do mundo. Se você é apreciador de carne de peixe, provavelmente já viu nos balcões de supermercados e peixarias postas de carne de “Cação”, não é mesmo? Pois isso nada mais é que carne de tubarão! E não só de diversos tipos de tubarao, mas também de raias.

Carne de cação à venda em mercados e peixarias é, na verdade, carne de tubarões e raias.

Não existe uma espécie de “peixe” chamado cação.

Em espanhol, ‘cazón’ significa tubarão e como a Espanha é a maior exportadora de carne de tubarão mundial, o nome cação (uma forma aportuguesada de ‘cazón’) acabou se tornando popular. No comércio do Brasil, qualquer um dos tipos de tubarao ou até raia pode ser vendido por esse nome genérico e não há lei que obrigue o varejo a informar ao consumidor que se trata, na verdade, de carne de tubarão ou raia. A maioria dos brasileiros não faz ideia que come carne de tubarão cotidianamente.

Imagem: Jornal da Unesphttps://www.youtube.com/watch?v=D_DnSsLmBgYCampanha Cação é Tubarão – Sea Shepherd Brasil

Existe uma campanha informativa e de conscientização criada pela ong Sea Shepherd Brasil chamada Cação é Tubarão e eles, inclusive, alertam que a carne dos diversos tipos de tubarao e que eles chama de “cação” é prejudicial à saúde:  A carne de tubarão e raia pode ser prejudicial à saúde, pois esses animais acumulam grandes quantidades de contaminantes como pesticidas, metais e derivados de petróleo. Isso acontece porque eles são de alto nível trófico dentro da cadeia alimentar, acumulando essas substâncias tóxicas de todas as suas presas ao longo da vida.

Conclusão

Não foi uma leitura fácil e muito menos agradável, não é mesmo? E realmente sentimos muito por isso, mas como sempre falamos, é preciso conhecer para preservar e faz parte conhecer os problemas que a natureza enfrenta. Podemos fazer algo? Sim, claro que sim! Podemos, por exemplo, não comprar mais carne de cação e informar a amigos e conhecidos que se trata, na realidade, de carne de tubarão e que estão vulneráveis à extinção por conta disso.

Podemos também transmitir a outros o conhecimento de que tubarões são animais vitais para o equilíbrio do meio ambiente e que não existe motivo algum para temê-los. Somente a título de comparação, você sabia que entre 2001 e 2013, morreram mais seres humanos devido a ataque de cães do que a ataques de tubarões? Sim, e a diferença no número não é pequena: 364 pessoas morreram atacadas por cães e apenas 11 por tubarões, no mesmo período. Pesquisa feita pelo Museu Nacional da Flórida.

Não temos como mudar o mundo, mas podemos tentar, não acha?

Continue nos acompanhando e até a próxima!