Urso polar: o grande rei do Ártico
O urso polar, também conhecido como urso branco, é um animal solitário e gigante que vive principalmente em áreas geladas e brancas do Ártico. Os ursos polares são os maiores carnívoros terrestres e impressionam pela sua beleza e tamanho. Eles são animais marinhos e se alimentam principalmente de focas e leões marinhos. Os ursos polares vivem principalmente nas regiões do Círculo Ártico. Vamos conhecer um pouco mais sobre esse fascinante mamífero marinho? Aproveite a leitura e divirta-se!
Mamãe ursa e seus filhotes – Imagem: National Geographic Brasil
Características do urso polar
Considerado um mamífero marinho e ainda assim classificado como o maior carnívoro terrestre. Como isso é possível? A explicação é simples: ele vive tanto no mar quanto em terra firme, porém, o seu ambiente primário é a água, e portanto, é um animal marinho.
Nesta espécie, assim como em tantas outras na natureza, existe o dimorfismo sexual: machos e fêmeas apresentam tamanhos diferentes. O urso polar macho adulto pode ter, em média, de 2 a 3 metros de comprimento e pesar de 350 a 700 quilos. Já as fêmeas, medem entre 1,5 e 2,5 metros e pesam de 350 a 500 quilos. O dimorfismo sexual também se apresenta no tamanho dos dentes e da arcada dentária que, nos machos, são maiores.
A diferença de tamanho não existe apenas entre machos e fêmeas, mas também entre indivíduos de locais diferentes devido ao que se chama de variação clinal. O maior urso macho já registrado pesava uma tonelada, quando foi abatido no noroeste do Alasca, em 1960.
Imagem: National Geographic Brasil
Pelagem
Você sabia que a pele dele é preta? Exatamente! A pele do urso polar é assim, negra, para que seja mais fácil a captação e retenção do calor oriundo da luz solar, mantendo o animal aquecido em meio a tanto gelo. Incrível, não é mesmo? Apesar de o vermos como brancos, os seus pelos são, na verdade, transparentes, e a cor branca é resultado do reflexo da luz em seus pelos. Para ajudar no isolamento térmico, sua pelagem é composta por uma camada de pelos de 5 cm e outra externa com pelos de até 15 cm e pode apresentar variações de cores entre amarelada e até cinza, dependendo da época do ano.
Proteção contra o frio
Além da pelagem, o urso polar ainda conta com uma camada de gordura de até 11 cm de espessura para o ajudar a se proteger do frio. Aliás, todo ele parece ter sido planejado para isso, ou a evolução natural e a adaptação ao ambiente em que vive fez o urso polar assim, pois suas patas têm até 31 cm de diâmetro, são muito grandes e o auxiliam na caminhada sobre o gelo.
Imagem: National Geographic Brasil
Habitat
Como já imaginamos, os ursos polares habitam o chamado Círculo Polar Ártico e suas áreas continentais vizinhas, incluindo os países Canadá, Groenlândia, Noruega, Rússia e EUA (Alaska). Somente no Canadá estão cerca de 60% da população mundial de ursos polares.
Como mencionado no início deste artigo, estes animais são considerados solitários e andarilhos, não permanecem sua vida inteira em um mesmo lugar, sendo avistados com frequência vagando por grandes áreas. O urso polar é assim porque prefere sempre ficar próximo de locais em que exista o encontro do gelo com a água, pois assim, há abundância de focas, seu alimento preferido.
São excelentes nadadores, conseguem ficar embaixo d’água por até dois minutos e nadar longas distâncias, às vezes, por horas, inclusive em mar aberto.
Dieta
No Ártico, os ursos polares, conhecidos como ursus marítimos, são majestosos animais que habitam as vastas regiões geladas. Esses incríveis carnívoros terrestres são verdadeiros reis do Ártico, não tendo predadores naturais.
A alimentação do urso polar é predominantemente baseada em focas, mas também inclui outros animais como salmão, belugas e até mesmo carcaças de baleias. Esses mamíferos marinhos são especialistas na arte da caça, aproveitando as oportunidades que surgem nas áreas de gelo marinho.
Com sua pelagem branca e imponente, o urso polar é um símbolo da vida selvagem no Ártico. Sua habilidade de adaptação ao ambiente gelado e suas impressionantes técnicas de caça fazem dele um animal fascinante. Os ursos polares vivem em harmonia com a natureza, desempenhando um papel crucial na cadeia alimentar dessas regiões extremas.
Portanto, ao falar sobre a vida no Ártico, não podemos deixar de mencionar o magnífico urso polar. Sua presença nesses ambientes gélidos é essencial para manter o equilíbrio dos ecossistemas e garantir a sobrevivência de outras espécies, como as focas e os leões marinhos.
Imagem: National Geographic Brasil
Curiosidade engraçada:Você sabe por que o urso polar não come pinguins?
Porque, apesar de muitas imagens em que aparecem juntos, eles moram em lados opostos do globo terrestre. Os ursos polares vivem no Polo Norte, no Ártico, enquanto os pinguins vivem no Polo Sul, na Antártida.😊
Imagem: National Geographic Brasil
Comportamento dos ursos polares
Mais de 50% do seu tempo passam caçando, e isso exige um esforço enorme da parte deles, pois suas presas, que compõem sua alimentação, são extremamente ágeis. Para conseguir caçar peixes, o urso polar é assim, um excelente nadador e chega a atingir a velocidade de 9 km/h. Já no caso das focas, o urso polar cava buracos no gelo e aguarda pacientemente até que a sua presa venha à superfície para respirar e então a apanha.
Quando ele caça animais terrestres, sua técnica é se aproximar silenciosamente das colônias ou ninhos. Dá para perceber que é um exímio caçador, não é mesmo?
Solitários
Com exceção da época de reprodução e de algumas outras poucas no ano, o comportamento do urso polar é solitário. Somente são vistos em bando para se reproduzir e no final da primavera e início do verão, quando as focas são mais abundantes. Fora isso, estão sempre sozinhos.
Ao contrário dos seus parentes ursos terrestres, o urso polar não hiberna, com exceção das fêmeas grávidas.
Mamãe ursa e seus filhtoes.
Reprodução
Como mencionamos anteriormente, a época de reprodução é uma das poucas em que os ursos polares são altamente sociáveis, apesar de ser comum machos competindo entre eles pela fêmea. São animais poligâmicos, entretanto, durante a gestação, o macho permanece com a fêmea.
A gestação dura entre 195 e 265 dias e no início deste período, elas intensificam a alimentação, aumentando o seu peso em até 200 kg. Quando chega o momento de dar à luz, as fêmeas se protegem em locais que elas mesmas preparam antecipadamente, túneis cavados no gelo, e entram em estado de hibernação. Durante o tempo em que ficam hibernando, elas não se alimentam e se mantêm apenas com a gordura corporal acumulada. Só irão se alimentar novamente depois que os filhotes nascerem.
De cada gestação, geralmente nascem dois filhotes, apesar de ser possível nascer de 1 a 3, com aproximadamente 600 gramas, sem dentes, cegos e com a pelagem muito fina, sem isolamento térmico. Em vista disso, permanecem dentro das tocas, junto com sua mamãe que os amamenta por cerca de 4 meses. Ela, em estado de quase hibernação, não se alimenta, sobrevivendo de suas reservas.
Ao saírem das tocas, os filhotes já pesam em média 15 kg e permanecem com sua mãe, que os ensinará a caçar, se alimentar e sobreviver, até terem cerca de 2 anos de idade.
Estado de conservação
Infelizmente, a situação do urso polar é extremamente preocupante e ele consta como vulnerável na Lista de Espécies Ameaçadas, da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais).
Urso polar faminto vaga por terras descongeladas no Canadá – Imagem: National Geographic Brasil
Mudanças climáticas
Atualmente, a maior ameaça a sobrevivência do urso polar são as mudanças climáticas e degelo do seu habitat devido ao aumento das temperaturas. A população deste magnífico animal está sofrendo drasticamente com o derretimento das camadas de gelo do Polo Norte, que são as causas dos seguintes problemas:
- Diminuição da quantidade de presas que fornecem o seu alimento;
- Diminuição das áreas em que são possíveis a construção de suas tocas;
- Diminuição das taxas de sobrevivência dos filhotes;
- Aumento de casos de canibalismo, devido à fome;
- Aumento de casos de morte por afogamento.
Outros fatores que contribuem para a vulnerabilidade do estado de conservação do urso polar, são:
Caça
Populações nativas do Ártico os caçam pela sua carne, sua pele e até mesmo para artesanato. Na verdade, ao se capturar e matar um animal, todo ele é ‘utilizado’, sendo uma forma de sustento para essas comunidades. Canadá, Groenlândia e Alaska têm a caça aos ursos polares regulamentada, porém, na Noruega e em partes da Rússia, ela é proibida.
Derramamento de petróleo
Além do óbvio que é a contaminação das fontes de seus alimentos, o derramamento de petróleo também prejudica a função de isolamento térmico da pele do urso polar.
Mamãe ursa e seus filhotes em uma costa rochosa. Eles dependem do mar congelado para caçar e a medida que o gelo derrete, perdem o acesso a sua fonte de alimento – Imagem: National Geographic Brasil
Conclusão
Estima-se que em no máximo 80 anos, quase todas as populações de ursos polares terão desaparecido. Mas enquanto isso não acontece, eles sofrem de fome. Sua área de caça diminui 13% a cada década, o que nos dá um vislumbre de que em breve esses animais não terão mais habitat e comida. Quando o mar não está congelado, eles são obrigados a ficar em terra firme e assim não conseguem caçar seus alimentos. O urso polar é totalmente dependente do mar congelado para sobreviver.
Este quadro de extinção ainda é reversível e cada um de nós pode fazer um pouco para ajudar. Reciclar, reutilizar, comprar produtos com refil, plantar árvores, economizar energia elétrica, não desperdiçar água, usar sacolas retornáveis são ações de nosso dia a dia que a longo prazo contribuirão para a melhora do meio ambiente como um todo. Cuidar da natureza beneficia todo o conjunto de seres vivos existentes, incluindo nós e os ursos polares. Contamos com você para essa luta. Está junto conosco? ♥