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Aves do terror: conheça as aves pré-histórica que aterrorizavam o planeta

O mundo viveu um terror aéreo de proporções monumentais há milhões de anos atrás. Essa era foi dominada pelas aves do terror, uma família de aves predadoras gigantes conhecidas como Phorusrhacidae. Dotados de bicos enormes e poderosos, esses pássaros do terror eram criaturas altamente eficazes, dominando a cadeia alimentar na América do Sul durante a era dos dinossauros.

Apesar de serem extintas há milhões de anos, essas aves pré-históricas ainda fascinam os cientistas e o público em geral. E não é para menos, afinal, elas eram verdadeiras bestas aladas que poderiam chegar a mais de 3 metros de altura! Conheça um pouco mais sobre essas criaturas aterrorizantes e descubra por que elas são consideradas as aves mais temidas da história.

Distribuição geográfica da ave do terror

As Phorusrhacidae, ou “aves do terror”, tinham uma distribuição geográfica principalmente na América do Sul durante o Cenozoico. Suas espécies eram predominantes na região que hoje compreende países como Brasil, Argentina, Chile e Uruguai.

A presença dessas aves gigantes foi principalmente registrada em fósseis encontrados em diversas áreas desses países sul-americanos, indicando que elas habitavam uma extensa área do continente durante o período Paleogeno e Neogeno.

Essas aves, por serem predadoras terrestres, provavelmente ocupavam diferentes habitats, incluindo florestas, áreas abertas e regiões mais áridas. Sua distribuição sugere uma ampla adaptabilidade a ambientes variados dentro da América do Sul pré-histórica.

Características gerais das aves do terror

As Phorusrhacidae, também conhecidas como “aves do terror” ou “aves corredoras”, tinham várias características físicas distintas que as diferenciavam de outras aves e as tornavam predadoras formidáveis durante o Cenozoico. Algumas das características gerais dessas aves são:

1 – Tamanho impressionante: Eram aves de porte considerável, variando em altura de cerca de 1,5 a mais de 3 metros, dependendo da espécie. Eram algumas das maiores aves não voadoras conhecidas.

2 – Membros fortes e robustos: Tinham pernas poderosas e bem desenvolvidas, adaptadas para correr em alta velocidade. As pernas terminavam em garras afiadas que eram usadas para capturar presas.

3 – Falta de capacidade de voo: Assim como as avestruzes modernas, as Phorusrhacidae não conseguiam voar devido ao tamanho e estrutura óssea, mas eram ágeis e corriam rapidamente.

4 – Cabeça grande e pesada: Possuíam crânios grandes com mandíbulas poderosas, com adaptações para uma dieta carnívora. Tinham bicos fortes e afiados.

5 – Visão e sentidos aguçados: Acredita-se que possuíam uma visão aguçada e sentidos bem desenvolvidos para detectar presas e se locomover em seus ambientes.

6 – Estrutura óssea adaptada para corrida: Suas estruturas ósseas, especialmente nas pernas e nos pés, indicavam adaptações para correr a grandes velocidades, o que provavelmente as tornava caçadoras ágeis.

7 – Provável posição como predadores topos de cadeia: Devido ao seu tamanho, anatomia e provável comportamento predatório, acredita-se que as Phorusrhacidae ocupavam o topo da cadeia alimentar em seus ecossistemas, caçando presas de porte médio a grande.

Estas são algumas das características gerais associadas às Phorusrhacidae com base nos estudos paleontológicos dos fósseis encontrados. As informações sobre essas aves pré-históricas continuam a ser refinadas à medida que novas descobertas e pesquisas são feitas.

Exemplos do impressionante pássaro do terror

Paraphysornis brasiliensis

• Paraphysornis brasiliensis

Esta espécie brasileira de ave do terror foi descoberta em 2003 e é considerada uma das maiores já encontradas, com cerca de 2,5 metros de altura e pesando cerca de 400 kg. Seus fósseis foram encontrados na região onde hoje são os estados de São Paulo e Minas Gerais. Acredita-se que esta ave habitava regiões mais úmidas e arborizadas.

Paraphysornis brasiliensis foi uma ave pré-histórica gigante que viveu durante o período Pleistoceno, há aproximadamente 2,5 milhões de anos a 11.000 anos atrás. Era uma ave não voadora, pertencente ao grupo das ratitas, que inclui aves como avestruzes, emas e emus.

Esta espécie é conhecida por seu tamanho impressionante, sendo uma das maiores aves já encontradas. Estimativas baseadas em fósseis sugerem que o Paraphysornis brasiliensis podia alcançar alturas de até 3 metros e pesar cerca de 300 quilos. Seus fósseis também foram descobertos principalmente em regiões do Brasil, como nos estados do Piauí e Ceará.

Assim como outras aves ratitas, esta, de nome científico Paraphysornis brasiliensis, era incapaz de voar devido à sua estrutura óssea e morfologia das asas. Tinha pernas longas e robustas, adaptadas para correr em terrenos abertos.

Sua alimentação provavelmente era composta por uma dieta herbívora, baseada em vegetação e possivelmente pequenos animais. A falta de evidências claras de garras adaptadas para a caça sugere que ele não era um predador como as Phorusrhacidae, mas sim uma ave herbívora.

Devido à sua imponência e ao fato de ter sido uma das maiores aves de rapina que já existiram, o Paraphysornis brasiliensis desperta grande interesse na comunidade científica, fornecendo informações valiosas sobre a diversidade e a evolução das aves pré-históricas.

Phorusrhacos longissimus – Imagem: National Geographic

• Phorusrhacos longissimus

Phorusrhacos longissimus foi uma espécie de ave pertencente as Phorusrhacidae, também conhecida como “aves do terror” ou “aves corredoras”. Viveu durante o Mioceno, aproximadamente entre 15 e 2 milhões de anos atrás, na América do Sul.

Era uma ave não voadora, mas ágil em terra, caracterizada por sua estatura imponente e seu aspecto intimidador. Estima-se que o Phorusrhacos longissimus tivesse cerca de 2,5 metros de altura e possivelmente pesava em torno de 130 quilos. Tinha pernas longas e fortes, com garras afiadas, adaptadas para correr em alta velocidade e capturar suas presas.

O crânio do Phorusrhacos era grande e possuía um bico poderoso e curvado, semelhante ao de aves carnívoras atuais, como águias ou falcões. Isso sugere que era um predador, alimentando-se provavelmente de pequenos mamíferos, répteis e possivelmente outras aves.

aves do terror
Crânio do Phorusrhacos longissimus – Imagem: Wikimedia

Sua distribuição geográfica estava centrada na América do Sul, onde os fósseis foram encontrados em várias áreas, incluindo Argentina, Uruguai e possivelmente outros países sul-americanos.

O Phorusrhacos longissimus é um dos representantes mais conhecidos das aves do terror, um grupo de aves pré-históricas que ocupavam o topo da cadeia alimentar em seus ecossistemas. Seu tamanho, anatomia e presença como predador significativo naquele período o tornam objeto de estudo e fascínio na paleontologia.

aves do terror
Kelenken guillermoi – Imagem: Wikipedia/DevianArt

• Kelenken guillermoi

O Kelenken guillermoi é outra espécie de ave pertencente à família Phorusrhacidae, também conhecidas como “aves do terror”. Este gigantesco predador pré-histórico viveu durante o Mioceno, aproximadamente entre 15 e 2 milhões de anos atrás, na América do Sul.

Ave também não voadora, porém extremamente grande e temida por sua estatura imponente. Estudos e análises de fósseis indicam que o Kelenken guillermoi poderia atingir alturas que podem ter chegado a mais de 3 metros e possivelmente pesava entre 150 a 300 quilos, tornando-se uma das maiores aves terrestres já conhecidas.

O destaque deste animal era o seu crânio maciço e impressionante, que media cerca de 71 centímetros de comprimento. Esse crânio era equipado com um bico enorme e robusto, indicando um predador extremamente poderoso e adaptado para capturar presas.

As características anatômicas do Kelenken guillermoi sugerem que ele era um predador ágil e eficiente, alimentando-se principalmente de mamíferos de médio porte, répteis e possivelmente outras aves menores.

Os paleontólogos Sara Bertelli e outros pesquisadores descobriram ossos significativos que pertencem ao gênero Kelenken guillermoi, uma espécie de ave pré-histórica pertencente à família Phorusrhacidae, conhecidas como “aves do terror”. Esses achados foram encontrados na região da Patagônia, na Argentina, América do Sul, onde partes dos ossos deste animal gigante foram recuperadas.

aves do terror
Titanis walleri – Imagem: DevianArt

• Titanis walleri

O Titanis walleri, também à família Phorusrhacidae, conhecidas como “aves do terror”, viveu durante o período do Plioceno, entre cerca de 5 a 2 milhões de anos atrás, na América do Norte.

O Titanis walleri era uma das aves do terror que habitavam a América do Norte, especificamente nas regiões que hoje são os Estados Unidos, principalmente na Flórida, e possivelmente no Texas. Era um predador não voador, mas ágil em terra, caracterizado por seu tamanho imponente.

Estudos e análises de fósseis indicam que o Titanis walleri podia atingir alturas consideráveis, em torno de 2,5 metros, e pesar cerca de 150 quilos. Tinha pernas longas e fortes, adaptadas para correr em alta velocidade, além de garras afiadas que eram utilizadas para capturar presas.

Seu crânio era relativamente pequeno em comparação com o tamanho do corpo, equipado com um bico robusto e curvado, similar ao dos pássaros carnívoros atuais. Isso sugere que era um predador poderoso, alimentando-se provavelmente de mamíferos de médio porte, répteis e possivelmente outros pássaros menores.

O Titanis walleri é um dos exemplos de aves do terror que habitaram a América do Norte durante o Plioceno. Seu tamanho e papel como predador significativo naquela época o tornam objeto de estudo e fascínio na paleontologia, ajudando a compreender a diversidade e a distribuição desses pássaros pré-históricos no continente norte-americano.

Aves do terror no Museu Nacional

Devido à riqueza paleontológica do Brasil, especialmente em áreas como a região Nordeste, onde foram encontrados fósseis desses pássaros pré-históricos, muitos museus brasileiros abrigam exemplares desses fósseis em suas coleções.

Um exemplo é o Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que antes do trágico incêndio em setembro de 2018, possuía uma vasta coleção paleontológica, incluindo fósseis de diversas espécies antigas encontradas no Brasil, como os pertencentes à família Phorusrhacidae.

Além deste museu, outros museus e instituições de pesquisa no Brasil, como o Museu de Paleontologia de Santana do Cariri (CE), Museu de Ciências da Terra do Serviço Geológico do Brasil (RJ), Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (RS), entre outros, também podem abrigar fósseis de Phorusrhacidae em suas coleções.

Embora os fósseis dessas aves do terror não sejam tão comuns quanto os de outros animais pré-históricos encontrados no Brasil, devido à sua importância histórica e científica, eles podem ser encontrados e estudados em acervo de museus e centros de pesquisa paleontológica no país.

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Imagem: Wikimedia

Conclusão

As aves pré-históricas do grupo das ratitas e das aves do terror são seres fascinantes que despertam interesse e curiosidade nas mais diversas áreas, como a paleontologia, biologia, ecologia e até mesmo na cultura popular. Suas características físicas impressionantes, papel importante na cadeia alimentar de seus ecossistemas e sua distribuição geográfica única fornecem informações valiosas sobre a evolução das aves e a história da Terra.

Mesmo que já não existam mais, essas aves deixaram um legado importante para o nosso entendimento do mundo natural e continuam a ser objeto de estudo e fascínio na comunidade científica. E graças a descobertas dos paleontólogos e pesquisadores podemos conhecer um pouco mais sobre esses seres incríveis que habitaram nosso planeta há milhões de anos atrás.