Animais com ecolocalização: Como os golfinhos a usam?
Você já parou pra pensar como as baleias e golfinhos se comunicam e caçam nas águas turvas, onde a luz não consegue alcançar? Bem, eles são animais com ecolocalização e a usam para se comunicarem e encontrarem seu caminho no oceano.
Sabia que outras espécies de animais como botos, baleias e até morcegos também utilizam a ecolocalização para se comunicarem e se localizarem dentro do seu ambiente?
Estes incríveis animais marinhos são chamados de inteligentes por uma razão, eles usam a emissão de ondas sonoras para navegar, caçar, se comunicar e se defender dos predadores.
Se a curiosidade bateu, você está no lugar certo! Continue com a leitura para saber mais sobre esses fofos mamíferos marinhos e a ecolocalização.
Por que o som no oceano é tão relevante para a ecolocalização?
Todos nós sabemos que o oceano é profundo e não existe uma maneira fácil de os seres vivos de lá terem luz para guiá-los. Estes animais marinhos mamíferos se comunicam entre si e conseguem encontrar seu caminho, em seu ambiente, utilizam a ecolocalização, que os ajuda a evitar grandes predadores à noite.
Visão dos golfinhos
Sua visão limitada nas águas tornou suas habilidades auditivas aguçadas. Então, naturalmente, eles são privilegiados com um bom ouvido interno e habilidades de se comunicar, sem isso, dificilmente eles seriam capazes de sobreviver nesse vasto oceano, se não fossem animais com ecolocalização.
Como esse som é produzido nos seres humanos e nos golfinhos?
Os seres humanos vocalizam quando exalam o ar pelos pulmões e o forçam através da laringe. As cordas vocais presentes na laringe começam a vibrar, eventualmente, produzindo sons. Nossa língua, garganta, lábios e dentes ajudam a criar diferentes sons que resultam na fala.
Os golfinhos possuem laringe, mas, ao contrário dos seres humanos, não possuem cordas vocais que podem produzir a fala. O som que eles produzem é criado quando o ar passa pela cavidade nasal. Com a pesquisa bioacústica, cientistas foram capazes de entender a fala nasal destes cetáceos e há estudos que indicam que um tecido complexo da região nasal é responsável por todos os sons.
Esse tecido complexo é chamado de lábios fônicos, uma estrutura que passa através da cavidade nasal. Quando o ar entra por essa cavidade e passa através dos lábios fônicos, o tecido envolvente começa a vibrar e se inicia a produção e emissão de ondas de sons no ambiente.
Existem duas bursas dorsais ou complexos lábios fônicos em um golfinho e os dois operam independentemente. Essa é a razão do golfinho-nariz-de-garrafa conseguir assobiar e emitir estalidos ao mesmo tempo.
Golfinho-nariz-de-garrafa
Houve casos em que os golfinhos soltaram ar pelo respiradouro. No entanto, os cientistas acreditam que as bolhas são apenas uma exibição visual e não são de fato uma produção sonora.
O golfinho-nariz-de-garrafa podem assobiar sons como trinados, gemidos, rangidos e grunhidos, podendo produzir esses sons a qualquer momento e a qualquer profundidade. Esses sons variam em padrão, frequência, comprimento da onda e volume.
As frequências desses cetáceos geralmente variam de 0.2 a 150 kHz. Para se comunicarem socialmente eles usam uma faixa de frequência menor (0.2 a 50kHz). Esses sinais sociais podem ser tão altos quanto 40kHz. Os sons de estalidos de alta frequência são usados em ecolocalizações que variam de 40kHz a 5kHz.
Os assobios exclusivos do golfinho-nariz-de-garrafa e a ecolocalização
Esse golfinho é identificado por seus assobios característicos. Cada golfinho possui um assobio exclusivo que os diferencia dos outros. Eles são tão diferentes uns dos outros que os cientistas conseguem identificar cada golfinho verificando o sonograma do assobio.
Usando esses assobios exclusivos para se comunicar, localizar, identificar e se expressar, estes animais incríveis encontraram diferentes assobios para ajudar uns aos outros, proporcionando cuidado maternal, como se dirigir a outros de sua espécie e assim por diante. Esses assobios têm uma frequência entre 7 a 15kHz.
Como eles usam a ecolocalização?
Ecolocalização é o processo que determina a distância de um objeto pela produção das ondas sonoras de alta frequência. Elas se deslocam e trazem de volta os ecos do objeto no ambiente.
Os animais com ecolocalização, como o mamífero marinho golfinho, usam a ecolocalização para produzir sons de estalidos e receberem os respectivos ecos. Dizem que os golfinhos-nariz-de-garrafa produzem esses estalidos em sequência para se ecolocar em seu ambiente. Cada estalido dura em torno de 50 a 128 microssegundos e a alta frequência é de 40 a 130 kHz. Essa sequência passa através do “melão” que é uma gordura especial nos golfinhos, pode ser chamada também de lipídios acústicos. O “melão” trabalha como lentes acústicas para focar nas ondas sonoras, convertendo-as em feixes que passam pela água na frente do animal. Esses feixes rebatem nos objetos ou outros animais na água e retornam na forma de eco para o golfinho. Ao interpretar o eco, ocorre o que chamamos de ecolocalização.
A ecolocalização em outras espécies
Com a ajuda da ecolocalização, os golfinhos têm sido capazes de surgir como os animais marinhos mais inteligentes, pois isso os ajudam a monitorar o caminho e também a se comunicar com outros de sua espécie. As baleias também usam essa mesma técnica para seguirem seu caminho no mar, sabia disso? Orcas também utilizam a ecolocalização e, no ambiente terrestre, outros animais que também utilizam da ecolocalização são os morcegos, os rinocerontes, assim como algumas espécies de corujas.
Conclusão
O assunto mencionado acima foi um guia rápido sobre golfinhos e ecolocalização para aqueles, assim como você, que estão com muita curiosidade sobre como esses animais conduzem a vida neste vasto oceano. E aí, são ou não são os mamíferos mais inteligentes das espécies do oceano?