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Tardígrado: tudo o que você precisa saber sobre ele

Eles têm um corpo muito curioso, comprido e rechonchudo, e uma cabeça enrugada, medindo menos de um milímetro. Os tardígrados têm oito pernas com quatro ou oito garras em cada uma. Embora estranhamente bonitos, esses pequenos animais são quase indestrutíveis e podem até sobreviver no espaço sideral.

Quer saber mais sobre esses animais extremamente pequenos? Então, vamos lá!

História dos tardígrados

Os tardígrados, também conhecidos como “ursos d’água”, são organismos multicelulares quase microscópicos e uma das formas de vida mais duráveis do planeta Terra.

Eles foram descobertos pelo zoólogo alemão Johann August Ephraim Goeze em 1773, que inicialmente os descreveu como “ursos d’água”. O cientista italiano Lazzaro Spallanzani usou o termo “Tardigrada”, que se traduz literalmente como “passo lento a passo lento”. Foi originalmente um adjetivo aplicado a tartarugas, mas desde 1800, tem sido o nome para essas criaturas microscópicas. Pouco depois de sua descoberta, os cientistas descobriram que os tardígrados têm a capacidade de reviver após desidratar por décadas.

Embora estranhamente bonitos, esses pequenos animais são quase indestrutíveis e podem até sobreviver no espaço sideral.

Existem mais de 1.000 espécies conhecidas de tardígrados. Não há dúvida de que eles são uma das criaturas mais fascinantes da Terra. As misteriosas criaturas microscópicas pousaram na superfície lunar no que parece o início de um filme de ficção científica. Mas eles não estão lá como parte de uma aquisição hostil, mas sim por acaso.

Em abril de 2019, a nave espacial israelense Beresheet, com destino à lua, caiu devido a um erro do computador. Os cientistas carregavam tardígrados na nave junto com amostras de DNA humano, e quando o módulo lunar caiu, milhares desses ursos d’água desidratados podem ter se espalhado na superfície da lua.

Quando os tardígrados estão em um estado dormente, eles murcham em formato de uma bola, expelem a maior parte da água de seus corpos e reduzem seu metabolismo por meio da criptobiose até entrarem em um ambiente mais adequado para sustentar a vida. Eles podem existir assim por décadas. Eles também são bastante resistentes e podem suportar os ambientes mais hostis. Mas será que existe então algum lugar onde eles não poderiam viver?

Os tardígrados podem sobreviver a pressões comparáveis àquelas criadas quando os asteroides atingiram a Terra, então um pequeno choque como este não quer dizer nada para eles.

Mas o que isso significa para a humanidade? Bem, isto depende. Se os humanos fossem capazes de replicar a criptobiose como os tardígrados, viveríamos muito mais do que a expectativa atual de vida de 70 anos.

Quando um tardígrado entra em estado desidratado, ele não envelhece. Acaba se tornando inativo, podendo acordar anos mais tarde e biologicamente teria a mesma idade.

Onde eles moram?

Certamente existem tardígrados em uma ampla variedade de ambientes diferentes. Eles foram encontrados desde o topo das montanhas até o mar profundo e vulcões de lama. Eles vivem em liquens e musgos, mas estes não são os únicos habitats em que podem sobreviver. Outros locais onde vivem incluem dunas, praias, solo e serapilheira. Os cientistas também os descobriram no topo do Himalaia, em altitudes de 6.000 metros, e no fundo do oceano, a 4.000 metros. Portanto, os ursos d’água podem viver em quase qualquer lugar, pois podem sobreviver em uma ampla variedade de temperaturas e situações.

Eles não se importam com as mudanças climáticas

Eles têm um sistema incrivelmente sofisticado para sobreviver à dessecação total. Um estudo revelou detalhes de como eles resistem a ambientes totalmente secos, mesmo por uma década, para reviver dentro de um período de uma hora de exposição à água. Esse truque impressionante é possível porque eles possuem proteínas únicas e exclusivas, chamadas “proteínas intrinsecamente desordenadas específicas do tardígrado (sigla em inglês “TDPs”)”. O surpreendente é que quando o animal é completamente dissecado, as TDPs “vitrificam”, transformando o fluido citoplasmático das células em vidro. A descoberta abalou a crença de que os tardígrados sobreviviam à desidratação graças à trealose, um dissacarídeo que realiza uma função semelhante em pererecas.

Características especiais

A maioria das criaturas não consegue sobreviver a um processo de desidratação e a vida sem água é quase impossível. Mas os tardígrados são um tanto quanto diferentes.

Os ursos d’água, que, em inglês, também têm o apelido fofo de “moss piglets” (tipo “leitões do musgo”), podem voltar à vida décadas depois de serem desidratados. Os cientistas descobriram que os tardígrados têm o que parece quase uma superpotência. Quando eles secam, eles retraem a cabeça e suas oito pernas, ficam na forma de uma pequena bola e entram em um profundo estado de dormência que se parece muito com a morte.

Eles expelem quase toda a água de seu corpo e seu metabolismo desacelera para 0,01% da taxa normal. A vantagem é que, se voltarem para a água, mesmo décadas depois, podem voltar à vida. Extraordinário, né?