A verdadeira história do cão Akita mais famoso do mundo: Hachikō
Amor e lealdade são fios que unem uma comunidade inteira. Mas isso serve para as relações humanas e não humanas? Os animais sentem empatia? Um cão pode planejar com antecedência? Os cachorros têm consciência? Um animal de estimação realmente é capaz de demonstrar lealdade ao seu tutor? Você pode não pensar assim até conhecer a incrível e verdadeira história do cachorro Hachiko.
Sempre ao seu lado
Você já ouviu falar de um cachorro chamado Hachiko, da raça Akita? Provavelmente não. Bem, existe um filme de Hollywood feito depois dele, chamado Hachi: A Dog’s Tale (“Sempre ao seu lado” em português) estrelado pelo ator Richard Gere. Mesmo assim, você precisa ir visitar o Japão para ver o quão importante Hachiko é e como sua história influenciou muitas vidas por lá e pelo mundo todo.
O Hachiko é um tesouro nacional para os japoneses. Vários filmes foram feitos sobre ele, mostrando sua relação com seu mestre. Ele também possui sua própria estátua de bronze na estação de Shibuya, em Tóquio. Não apenas lá, mas nos Estados Unidos existe uma estátua de Hachiko em Rhode Island onde a versão do filme americano foi produzida. Vamos conhecer um pouco mais sobre Hachiko e seu amado dono, o professor Ueno.
Mas como é a história de Hachiko, o animal de estimação mais fiel do mundo?
Eisaburo Ueno, (por vezes chamado como Hidesaburo Ueno), era professor universitário, parte do corpo docente da Universidade Imperial de Tóquio (atualmente conhecida como Universidade de Tóquio), onde lecionou no departamento de agricultura e ensinava ciências agrícolas para os estudantes. Ele amava cães e estava à procura de um cão de raça pura japonês, raça Akita, por um bom tempo. Certo dia, seu desejo foi realizado quando um dos seus estudantes da universidade lhe contou sobre uma fazenda na Prefeitura de Akita, no Japão, onde tinham filhotinhos de sangue puro dessa raça.
Nascimento de uma linda amizade
Prontamente ele trouxe o filhotinho para casa e colocou nele o nome de Hachiko. Hachi, era o seu apelido, e o professor Ueno e ele, logo de cara, se tornaram melhores amigos. O cãozinho era o companheiro perfeito para Ueno e o amor pelo cachorro era tão grande que ele o tratava como filho. Em um momento, eles se tornaram inseparáveis!
À medida que Hachiko foi crescendo e atingiu a vida adulta, ele começou a acompanhar o professor Ueno até a Estação de Shibuya pela manhã, onde seu tutor embarcava no trem para o trabalho. E Hachi, não só se despedia de Ueno ao ir trabalhar, como ia buscá-lo pela tarde quando ele retornava da universidade.
Dois anos se passaram e Hachiko seguia a mesma rotina todas as manhãs e todas as tardes. No dia 21 de maio de 1925 Hachikoretornou à estação para buscar seu querido amigo, mas o seu amado professor nunca apareceu.
O luto de Hachiko: a espera incansável e a triste descoberta
Foi descoberto que Ueno havia sofrido uma hemorragia cerebral no trabalho e e teve uma morte súbita. Hachiko ficou com o coração despedaçado por nunca mais ter visto seu melhor amigo novamente.
O ex-jardineiro da família de Ueno, o senhor Kikusaburo Kobayashi, acolheu Hachiko e o pegou como seu cachorro de estimação. No entanto, na década seguinte, Hachikō continuou indo até a estação todas as manhãs e tardes na esperança de poder reencontrar o seu amado professor. Conforme as pessoas que passavam pelo local, o fiel cachorro ficava esperando ali por 3 longas horas no mesmo lugar com paciência, na expectativa de que seu amado amigo voltaria. Infelizmente o professor Ueno nunca retornou.
O legado de Hachiko: da espera solitária à fama nacional
Em 1932, uma grande empresa de notícias japonesa, cobriu a história de Hachikō. Isso levou Hachiko a se tornar uma celebridade pelo Japão. Como resultado, lá as pessoas o chamavam de “Chuken-Hachiko”, que traduzido do inglês (Hachiko – the faithful dog) para o português é “Hachiko – o cão fiel”.
De repente, a vida de Hachiko ganhou a atenção da mídia internacional, o que inspirou várias pessoas ao redor do mundo a visitar o Japão a fim de conhecê-lo. As pessoas começaram a ir até a Estação de Shibuya e oferecer ao cão alguns petiscos. Os japoneses foram inspirados pela história de Hachikō que tocou seus corações e mudou o modo como eles encaravam os cachorros. O Japão é um dos poucos países onde os cães recebem um enorme respeito.
A inauguração da estátua de bronze do cão Hachikō na Estação de Trem Shibuya
Para prestar o devido respeito à obediência e à fidelidade de Hachiko para com o seu mestre, a comunidade inaugurou uma estátua de Hachiko, de bronze, em frente à Estação de Shibuya em 1934. Foi uma grande cerimônia e o próprio Hachiko estava presente como convidado principal.
Infelizmente, um ano depois, o cão mais fiel do mundo faleceu no dia 8 de março de 1935. Foi uma morte tranquila, ele morreu em paz. Em memória de Hachiko, seu monumento foi construído ao lado do túmulo de Ueno no Cemitério de Aoyama.
Na Estação de Shibuya, em uma parede, tem enormes obras de arte em mosaico, celebrando o legado de Hachikō. Todos os anos, milhares de turistas se aglomeram para visitar a estação de trem.
Para homenagear Hachiko, o país também inaugurou o Akita Dog Museum, na cidade de Odate em seu nome. É um lugar que aqueles que amam os bichinhos, assim como nós, precisam visitar. Se você quiser aprender sobre a história exata de Hachiko – antes e depois da morte de seu dono, o professor Ueno – esse é o lugar ideal para visitar.
Pensamentos finais
A história de Hachiko, o fiel cachorro da raça Akita, mostra que não apenas os humanos, mas os animais têm sentimentos também. Esse planeta não é só nosso, na verdade, o compartilhamos com outros animais e organismos vivos. Nós devemos parar de mostrar autoridade sobre todas as coisas. O abuso de animais, a destruição da mãe da natureza etc., não está apenas causando estragos naqueles que não podem falar, mas também estamos planejando nossa própria destruição.
Esperamos que a história de Hachiko inspire você a ser um bom ser humano que respeite os animais.